Um Século de Tradição no Café – A Família Campos

No início do século XIX, a família Campos fincou suas raízes no interior de Minas Gerais, na pequena cidade de São Francisco de Paula, localizada a 160 quilômetros da capital do estado, Belo Horizonte.

Décadas se passaram e a família de Mário continuou a crescer. Em 20 de maio de 1946, nasceu seu neto, Eduardo Pinheiro Campos. O menino tornou-se o orgulho de seu pai, Francisco, e de sua mãe, Maria Conceição Pinheiro de Campos. Como seu pai e seu avô antes dele, foi criado na fazenda da família, acostumado à vida no campo.

Aos 15 anos, porém, Eduardo buscou novos horizontes. Estudante dedicado e de mente afiada, sua inteligência o levou para Belo Horizonte, longe das terras de seu pai e do conforto do lar.

No entanto, o destino tinha outros planos — e trouxe Eduardo de volta à cafeicultura. Ainda jovem, herdou uma grande extensão de terras em Presidente Olegário, município a 430 quilômetros de Belo Horizonte. Nomeou a fazenda de “Dona Nenem”, em homenagem à sua mãe. Agora engenheiro e homem do agronegócio, Eduardo retornava ao café.

"Comecei a trabalhar com café no Cerrado em 1977. Na região de Patos de Minas, fui pioneiro na produção de café. Outras partes do Cerrado já tinham alguma produção, mas ainda era muito incipiente", relembra Campos com orgulho.

Colheita de Café com Precisão

Eduardo Campos explica como realiza a colheita seletiva para garantir a alta qualidade dos grãos:

"Minha colheita é feita com máquinas que realizam a seleção dos grãos já no momento da colheita. A seleção é baseada no grau de maturação, que se diferencia pelo peso e pela densidade de cada semente. Ajustamos a máquina para colher apenas os frutos maduros, deixando os grãos verdes na planta para amadurecerem. Alguns dias depois, voltamos para coletar esses grãos já maduros. O que ainda sobra é apanhado manualmente, no que chamamos de repasse manual. Todo esse processo garante uma safra de alta qualidade."

Sustentabilidade e Responsabilidade Ambiental

Parte das três propriedades da família é destinada à agricultura de subsistência, garantindo que muitos dos alimentos consumidos pela família de Eduardo e pelos trabalhadores sejam produzidos na própria fazenda, em Presidente Olegário.

Os hectares restantes são preservados, destinados exclusivamente à conservação ambiental. Eduardo realiza o replantio de vegetação nativa, compensando o impacto da pecuária e da cafeicultura, além de trabalhar na recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs) — zonas de proteção ao redor de nascentes, córregos, lagos e rios.

Essa abordagem protege a qualidade da água e garante o futuro das bacias hidrográficas locais.

Um Legado de Inovação na Cafeicultura

Para a família Campos, a cafeicultura é uma tradição secular. Uma atividade que une tradição e inovação, fortalecendo a produção local e o prestígio do café brasileiro no mundo.

"É uma grande satisfação trabalhar com café. Primeiro, porque é uma tradição familiar — estou na cafeicultura há mais de 40 anos. Meu pai trabalhou com café por 70 anos, e meu avô por ainda mais tempo. No total, podemos dizer que o café faz parte da nossa família há mais de 100 anos — um século de tradição na cafeicultura, sempre inovando", calcula Campos.