Com 116 anos de história e produção de café datada de pelo menos 1929 sob a propriedade do Sr. Orlando von der Osten, a Fazenda Pilar investiu fortemente nos últimos anos para melhorar a qualidade do seu cultivo e processamento — o processo que remove impurezas, retira a casca do fruto e separa os grãos por tamanho e peso. A empresa é uma das poucas no Brasil a realizar o ciclo completo, já que, na maioria dos casos, o processamento é feito fora da fazenda, por cooperativas.

“O café do Paraná ficou mundialmente marcado pela sua baixa qualidade, mas há cerca de dez anos surgiu um movimento para resgatar a cafeicultura local com foco em qualidade”, afirma Marco Antonio Cravo, gerente de desenvolvimento da Pilar. Até a ocorrência da geada negra, o Paraná era um dos maiores produtores de “ouro verde” do mundo, porém toda a produção era vendida como café commodity. Hoje, os produtores da região tentam romper esse paradigma.

Atualmente, a produção varia entre 4.000 e 5.000 sacas de café por ano, mas, com a expansão da área cultivada para 300 hectares (atualmente 105 ha), o objetivo era aumentar a produção para entre 10.000 e 12.000 sacas anuais até 2019.

Atualmente, cerca de 25% do café produzido é comercializado como café especial — de acordo com a SCAA (Specialty Coffee Association of America), isso significa café que atinge pelo menos 80 pontos numa escala de 100 —, enquanto o restante se transforma em commodity para grandes indústrias. Segundo o empresário, a maior parte do café especial é vendida para a Europa, Estados Unidos e Japão, e apenas uma pequena parcela permanece no Paraná e no Brasil. “Ainda não temos um mercado nacional capaz de absorver toda a nossa produção; apenas uma parte é vendida em cafeterias e mercados locais.”